Na tarde desta quarta-feira (dia 10) foi realizado o fórum “A Nova Economia é Lixo Zero”, primeiro grande evento do Movimento Nova Economia, dedicado ao eixo Indústria e Materiais. Organizado pela AWA Growth, uma consultoria que fomenta negócios para essas empresas regenerativas, em parceria com a Zeros, única empresa capaz de conferir o selo e certificação Lixo Zero no Brasil e ESG Pulse plataforma de gestão ESG para eventos, o fórum reuniu cerca de 90 pessoas no auditório do AYA Earth na capital paulista.
Durante as 3 horas de evento houveram 3 painéis, para debater pontos importantes para o futuro da economia, sendo que o primeiro trazia como tema “A Nova Economia é Lixo Zero”. Nessa parte do evento foi lançado o primeiro Anuário de Certificação Lixo Zero do país, que foi desenvolvido pela Zeros e norteou todo o debate do fórum.
Juntamente com Mateus Peçanha, CEO e founder da Zeros, estiveram no palco, Isabela Silva (Engenheira de Desenvolvimento Ambiental da Tetra Pak), Deraldina Ramos (Gerente de SGI da Solar Coca Cola), Davi Marques (Supervisor de Meio Ambiente da Hyundai), Rafael Moraes (Supervisor ambiental da Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, Grupo CRM) e Kadmo Cortez (Vice-Presidente do Instituto Lixo Zero Brasil), para discutir a importância da gestão dos resíduos e as tendências de desenvolvimento das cadeias que envolvem resíduos.
Para finalizar o evento, o último painel, que tinha como tema “Qual o valor do resíduo na nova economia?” e os palestrantes Sergio Marone (Founder da Tukano, ator e apresentador de TV), Beatriz Pires (Coordenadora de investimento de impacto da Sitawi), Roger Koppler (Diretor Presidente da Yougreen), Roberto Rocha (Representante da Associação Nacional de Catadores), Renato Paquet (CEO da BR Polen) e Carla Hoffmann (CEO da AWA Growth e fundadora do Movimento Nova Economia), abordaram as oportunidades de desenvolvimento econômico a partir dos resíduos, observando a importância e o nível de maturidade tecnológica no Brasil e no mundo para viabilizar o reuso.
Durante todo o evento, foi discutido sobre o crescimento e as oportunidades de capilaridade de um ecossistema que antes não era reconhecido e que começa a ganhar espaço em um novo modelo econômico. Muito foi falado sobre o entendimento do mercado, o olhar para toda a cadeia, a educação do time de colaboradores e a importância de envolvê-los neste processo, bem como a compreensão e expansão do cenário, dentro e fora das organizações, e do seu papel na cadeia ambiental, social e econômica.
Para Carla Hoffmann, CEO da AWA Growth e fundadora do Movimento Nova Economia, o evento foi um marco tanto para o Movimento Nova Economia quanto para a cadeia de gestão de resíduos no Brasil. Observar dados consolidados gerados pela mobilização de diversas organizações pela gestão de resíduos, a partir do anuário que reuniu todos esses dados, demonstrou a oportunidade de desenvolvimento econômico de alto impacto social e ambiental que o resíduo significa, desde que haja fomento e arranjo produtivo entre organizações de diversas esferas e multisetoriais.
Anuário de Certificação Lixo Zero
O documento, que conta com mais de 80 organizações em 2023, trouxe um termômetro sobre os caminhos que o Brasil tem seguido com o objetivo de atingir as metas da agenda sustentável. Ao todo, analisando as empresas certificadas, no ano passado foram gerados 85.4 milhões de toneladas de resíduos, sendo que 10.9 milhões de toneladas foram recicladas e 72.3 milhões de toneladas foram para compostagem.
Dentre as unidades certificadas que aparecem no documento, as que apresentaram os maiores índices de desvio de aterro sanitário foram a Volkswagen (unidade Vinhedo – Centro de distribuição), com 99,9%, seguida pela Casa Cor (edição 2022), com 99,7%, pela Convenção de Vendas Nestlé (edição 2023), com 99,3%, e pela Gomes da Costa embalagens, com 99,2%.
Com relação às tecnologias de tratamento e encaminhamento mais utilizadas, o documento aponta que a reciclagem foi a mais utilizada, com 92%, já a compostagem ficou em segundo lugar, com 75%, o coprocessamento em terceiro, com 57%, a logística reversa em quarto, com 25%, o tratamento de efluentes em quinto, com 20%, e a biomassa em último, com 8%.
Com base nesses e em outros dados apresentados durante o painel podemos chegar a conclusão de que a Certificação Lixo Zero está sendo um pilar fundamental para as empresas que buscam consolidar sua responsabilidade socioambiental para além de suas unidades de funcionamento. “Estamos conseguindo construir um conceito sólido da importância do envolvimento de todos os stakeholders no processo de gestão de resíduos, fortalecendo o olhar de compromisso para as boas práticas porta pra fora das empresas”, explica Mateus Peçanha, CEO e founder da Zeros.
Alessandra Sabbag <alessandra.sabbag@maindi.com.br>